Embora o futebol seja frequentemente visto como uma vitrine de talento e mobilidade social, ele também espelha, de maneira contundente, as desigualdades raciais presentes na sociedade. Entre essas desigualdades, destaca-se a dificuldade de ascensão de técnicos negros ao mais alto nível das equipes de futebol no Brasil, um cenário marcado pela resistência à liderança negra e pela perpetuação de estereótipos raciais.
Embora jogadores negros sempre tenham sido predominantes nas equipes, a representação negra nas funções de treinadores tem sido tímida e desproporcional ao número de atletas. Isso é particularmente evidente quando se observa a escassez de técnicos negros em clubes da Série A e na seleção brasileira.
Apenas uma pequena fração de treinadores negros ocupa cargos de destaque no futebol brasileiro. A discrepância reflete uma realidade de obstáculos invisíveis que tornam o caminho da ascensão para técnicos negros ainda mais árduo.
O racismo estrutural no futebol brasileiro é uma realidade que se manifesta de diversas formas. Os técnicos negros frequentemente enfrentam desafios como a falta de credibilidade, a desconfiança por parte de dirigentes e a constante necessidade de provar seu valor.
Para que o futebol brasileiro avance em direção a uma maior igualdade racial, é imprescindível que se criem políticas afirmativas e espaços para a valorização de técnicos negros. Isso inclui a capacitação de novos profissionais negros, a promoção de uma visão mais inclusiva nas comissões técnicas e a criação de um ambiente em que todos, independentemente da cor da pele, possam disputar posições de destaque de igual para igual.
Além disso, é necessário que clubes e federações de futebol promovam uma reavaliação de suas práticas de contratação. Isso inclui uma cobertura jornalística que dê visibilidade ao trabalho de técnicos negros de maneira equilibrada e que contribua para a desconstrução de estereótipos raciais.
Fonte: Assessoria C.E. Dom Bosco
Crédito Foto: Assessoria C.E. Dom Bosco
Data: 20/11/2024
